Quem Escreveu o Evangelho de Mateus? Conheça Mateus Apóstolo
26 min de leitura
Se você chegou aqui perguntando quem escreveu o Evangelho de Mateus, está no lugar certo. Esta introdução prepara você para um estudo do livro de Mateus que une pesquisa bíblica, contexto histórico e aplicação devocional. Entender a autoria e o contexto histórico não é um detalhe acadêmico: isso ilumina a mensagem, o público original e o propósito do texto — e ajuda você a ouvir com mais clareza o chamado de Jesus hoje. ✝️
Segundo a tradição cristã antiga, o autor é Mateus apóstolo, também conhecido como Mateus na Bíblia, um ex-cobrador de impostos chamado por Jesus (Mt 9:9) e listado entre os Doze (Mt 10:3). Marcos e Lucas o mencionam como “Levi” (Mc 2:14; Lc 5:27), apontando para sua história de transformação: de arrecadador marginalizado a discípulo e testemunha do Reino dos Céus. Essa identidade pastoral do autor ajuda a explicar a forte ênfase do livro em discipulado, misericórdia e missão (Mt 9:13; 28:19-20).
Por que importa saber quem escreveu o Evangelho de Mateus? Porque autoria e contexto moldam a leitura. Se foi de fato escrito por um apóstolo, temos um testemunho de primeira geração sobre Jesus, com autoridade para a igreja. Além disso, o livro de Mateus carrega marcas internas de um público majoritariamente judaico-cristão (citações do Antigo Testamento e a fórmula “para que se cumprisse”), sem perder de vista as nações. Isso nos guia a ler Mateus como uma ponte entre promessas messiânicas e a missão universal da igreja.
As perguntas da sua busca serão respondidas ao longo do estudo: quando e onde foi escrito o livro de Mateus? A maioria dos estudiosos situa a composição entre 60 e 90 d.C., em um contexto de comunidades judaico-cristãs, possivelmente na Síria (como Antioquia) ou na Palestina. Como surgiu? Além do testemunho da tradição, há evidências literárias de que Mateus utilizou materiais prévios (como Marcos, tradições orais e ensinos de Jesus) e organizou seu Evangelho com estruturas reconhecíveis (por exemplo, os cinco grandes discursos).
Mais do que datas e fontes, porém, este Evangelho nos convida a seguir Jesus com mente e coração. Ao estudar Mateus, ore para que o Espírito Santo una conhecimento e obediência, conduzindo você à prática do ensino de Cristo (Mt 7:24-27). 🙏
- Quem foi Mateus na Bíblia: sua vocação e transformação de cobrador de impostos a discípulo.
- Mateus apóstolo: identidade e missão: por que isso importa para a igreja.
- Quem escreveu o Evangelho de Mateus? Tradição antiga e evidências internas.
- Quando e onde foi escrito: cenários prováveis e o que eles revelam sobre o texto.
- Por que Mateus era chamado de Levi? Sentido bíblico e histórico do nome.
- Como surgiu e foi composto o Evangelho: fontes, estrutura e intenção teológica.
- Propósito e temas do livro de Mateus: Reino, cumprimento das profecias, discipulado e missão.
- Estudo do livro de Mateus: um roteiro simples para começar, com foco na aplicação prática.
Abra sua Bíblia e caminhe conosco: conhecer melhor Mateus é conhecer melhor o Rei que ele anuncia — Jesus, o Messias prometido, presente conosco “todos os dias, até a consumação do século” (Mt 28:20).
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🙌 Entrar no canal agoraQuem foi Mateus na Bíblia: de cobrador de impostos a discípulo
Quem foi Mateus na Bíblia? Mateus foi um publicano (cobrador de impostos) em Cafarnaum que se tornou um dos doze apóstolos de Jesus e, segundo a tradição cristã antiga, o autor do livro de Mateus. Nos Evangelhos Sinóticos ele também é chamado de Levi (Mc 2:14; Lc 5:27), indicando que tinha dois nomes — algo comum no contexto judaico do século I.
Mateus também chamado Levi
Os relatos paralelos de Mt 9:9, Mc 2:14 e Lc 5:27-28 apresentam o mesmo episódio com pequenas variações de nome: Mateus (em Mateus) e Levi, filho de Alfeu (em Marcos e Lucas). A leitura tradicional entende que se trata da mesma pessoa, um cobrador de impostos chamado por Jesus, que passa a segui-lo como discípulo.
Publicanos em Cafarnaum: o contexto da profissão
Cafarnaum era um ponto estratégico às margens do Mar da Galileia, perto de rotas comerciais. Os publicanos cobravam pedágios e taxas alfandegárias por ordem das autoridades herodianas e romanas. Por lidarem com dinheiro “impuro”, terem contato constante com gentios e serem associados a extorsão e corrupção, eram socialmente vistos como pecadores e moralmente desprezados (cf. Lc 19:7). É nesse ambiente que Jesus encontra Mateus.
O chamado de Jesus e a resposta imediata
Em Mateus 9:9, Jesus vê “um homem chamado Mateus, sentado na coletoria”, e diz: “Segue-me”. O texto destaca a prontidão: “Ele se levantou e o seguiu”. Lucas acrescenta que Levi “deixou tudo” (Lc 5:28). O verbo “levantar-se” sugere não só um movimento físico, mas uma passagem de vida: Mateus se ergue de sua antiga identidade para uma nova vocação em Cristo ✝️.
O banquete em sua casa e a reação dos fariseus
Logo após o chamado, Mateus oferece um grande banquete em sua casa, reunindo “muitos publicanos e pecadores” com Jesus (Mt 9:10; Lc 5:29). Os fariseus questionam: “Por que o vosso Mestre come com publicanos e pecadores?” (Mt 9:11). A resposta de Jesus é programática para seu ministério: “Não são os sãos que precisam de médico, e sim os doentes… Misericórdia quero, e não sacrifício” (Mt 9:12-13; Os 6:6). A mesa de Mateus torna-se um altar de missão, onde a graça alcança os excluídos.
Transformação de identidade e caminho de discipulado
De coletor de impostos a Mateus apóstolo, vemos uma história de graça transformadora e de resposta obediente. O que mudou?
- Identidade: de “pecador público” a discípulo chamado pelo nome.
- Propósito: de acumular lucro a anunciar o Rei e seu Reino (Mt 4:17).
- Relações: sua casa torna-se espaço de acolhimento e testemunho.
- Práticas: ele “deixa tudo” — uma renúncia concreta que revela fé.
Aplicação devocional 🙏
- Jesus nos encontra onde estamos — até no “posto de cobrança” das nossas rotinas.
- Discipulado começa com um passo: levantar-se e seguir.
- Misericórdia acima do ritual: nossa mesa pode ser lugar de missão e cura.
- Seu passado não define seu futuro: em Cristo, dons e história são redimidos.
Em resumo, quem foi Mateus na Bíblia? Um homem comum, marcado por estigma social, que ouviu a voz de Jesus, levantou-se, e se tornou testemunha do Evangelho. Sua jornada nos convida a responder hoje ao mesmo chamado: “Segue-me”.
Mateus apóstolo: identidade e missão
Mateus apóstolo é apresentado no Novo Testamento como um dos Doze escolhidos por Jesus, convertido de cobrador de impostos a discípulo fiel. Seu nome aparece nas listas apostólicas (Mt 10:3; Mc 3:18; Lc 6:15; At 1:13), e o próprio livro de Mateus preserva um detalhe marcante de sua identidade: ele se autodenomina “o publicano” (Mt 10:3), um gesto raro de humildade e memória da graça que o alcançou (cf. Mt 9:9–13).
Identidade apostólica
- Presença entre os Doze: Mateus é listado de forma estável entre os apóstolos (Mt 10:3; At 1:13), testemunhando sua autoridade como enviado de Cristo.
- Humildade transformadora: ao lembrar-se como “publicano”, ele não esconde o passado; antes, exalta a misericórdia de Jesus que chama pecadores ao discipulado (Mt 9:9–13). Essa postura inspira uma espiritualidade de verdade, arrependimento e gratidão ✝️.
Ênfase catequética nas palavras de Jesus
A tradição reconhece em Mateus um apóstolo com perfil de catequista: seu Evangelho organiza cuidadosamente as palavras de Jesus em cinco grandes discursos que formam discípulos na fé e na prática:
- Sermão do Monte (Mt 5–7): ética do Reino e vida bem-aventurada.
- Discurso missionário (Mt 10): envio e coragem no testemunho.
- Parábolas do Reino (Mt 13): revelação e resposta do coração.
- Vida em comunidade (Mt 18): perdão, reconciliação e cuidado dos pequenos.
- Discurso escatológico (Mt 24–25): vigilância e fidelidade até o fim.
Esse arranjo realça a missão de Mateus: formar discípulos que escutam e praticam os ensinos do Mestre (Mt 7:24–27; 28:19–20).
Missão entre judeus e gentios
Fontes antigas indicam que Mateus serviu primeiramente aos judeus (coerente com a forte presença do Antigo Testamento no seu Evangelho) e, segundo tradições eclesiásticas, depois pregou também entre os gentios. Os relatos variam quanto aos locais (como regiões associadas à Etiópia, Pártia ou Pérsia), mas convergem no ponto principal: sua vida foi gasta para anunciar que Jesus é o Messias e Senhor de todos (Mt 1:1; 28:18–20).
Possível martírio
Testemunhos cristãos antigos afirmam que Mateus teria sido martirizado, embora os detalhes e o local não sejam unânimes entre as tradições. O consenso devocional, porém, é claro: ele perseverou até o fim, selando com a vida o Evangelho que pregou (cf. Mt 10:22).
Aplicação devocional 🙏
- Pratique a humildade: reconheça onde Cristo o encontrou e testemunhe a graça que o transformou.
- Aprenda os discursos de Jesus: leia Mt 5–7 nesta semana e anote um mandamento para obedecer hoje.
- Viva em missão: compartilhe uma palavra do Evangelho com alguém próximo (judeu ou gentio, “de casa” ou “de longe”).
- Persevere: confie no Senhor em meio a oposição, lembrando que a fidelidade é vitória no Reino.
Assim, Mateus apóstolo nos convida a uma fé que une humildade, formação sólida e missão — ouvindo Jesus, obedecendo em comunidade e servindo a todos com o amor do Rei.
Quem escreveu o Evangelho de Mateus? Tradição e evidências
Quem escreveu o Evangelho de Mateus? A resposta envolve tanto a tradição cristã antiga quanto a análise crítica moderna. As duas convergem em um ponto central: o Evangelho que conhecemos como “Mateus” nasce do testemunho apostólico e de uma comunidade profundamente enraizada nas Escrituras do Antigo Testamento, com o propósito de apresentar Jesus como o Messias prometido.
Tradição antiga: Mateus apóstolo como autor
- Papias (início do séc. II) afirmou que “Mateus organizou os ditos (logia) em língua hebraica, e cada um os interpretou como pôde”. Isso sugere um núcleo de tradições/ditos de Jesus associado a Mateus, possivelmente em aramaico.
- Irineu de Lião (c. 180 d.C.) afirmou que Mateus escreveu seu Evangelho “entre os hebreus”, reforçando a autoria apostólica e o público judaico-cristão.
- Orígenes (séc. III), preservado por Eusébio, lista Mateus como o primeiro dos quatro Evangelhos, atribuindo-o ao apóstolo.
Além disso, os mais antigos manuscritos que preservam títulos trazem a inscrição “Kata Matthaion” (“Evangelho segundo Mateus”). Esses títulos foram acrescidos muito cedo na tradição de cópia, refletindo a memória e o uso da igreja primitiva.
Marcas internas do texto
- Uso intenso do Antigo Testamento: Mateus cita, alude e ecoa as Escrituras hebraicas constantemente (por exemplo, Mt 1:23; 2:6; 2:15; 2:18), e repete a fórmula “para que se cumprisse”, destacando Jesus como o cumprimento das promessas.
- Estrutura em cinco discursos (Mt 5–7; 10; 13; 18; 23–25), possivelmente evocando o Pentateuco, apresentando Jesus como o novo Moisés que ensina com autoridade.
- Ênfase messiânica e judaica: genealogia que remonta a Abraão e Davi (Mt 1:1), linguagem e temas que dialogam com leitores familiarizados com a Torá e os Profetas.
Texto grego e possível origem aramaica
O texto preservado canonicamente do livro de Mateus está em grego. Não temos manuscritos hebraicos/aramaicos do Evangelho. A nota de Papias pode apontar para uma coleção inicial de ditos em aramaico, que teria sido traduzida ou integrada na forma grega final.
Visão acadêmica: obra anônima da tradição mateana
- Muitos estudiosos consideram o Evangelho anônimo (sem assinatura no corpo do texto), composto por um autor judeu-cristão instruído, escrevendo para uma comunidade judaico-cristã, possivelmente na Síria (alguns sugerem Antioquia), por volta de 70–90 d.C.
- Essa visão admite o uso de fontes (como Marcos e outras tradições) e fala em “tradição mateana” — um círculo associado ao apóstolo Mateus, cujo testemunho moldou a obra.
Distinção no cânon
- Marcos é tradicionalmente atribuído a João Marcos, associado a Pedro.
- Lucas ao médico Lucas, companheiro de Paulo, também autor de Atos.
- João ao apóstolo João. Tal como Mateus, os textos circulam sem assinatura interna, mas com títulos antigos e tradição consistente.
Em resumo: a igreja confessou desde cedo que Mateus apóstolo está por trás deste Evangelho; a crítica moderna descreve um autor judeu-cristão, escrevendo em grego, que recolheu e organizou tradições apostólicas para apresentar Jesus como o Messias. Para a vida devocional, isso encoraja a ler Mateus com confiança na fidelidade de Deus às promessas e com atenção ao enraizamento bíblico do Reino. Ao estudar o Evangelho segundo Mateus, peça ao Espírito Santo que ilumine o cumprimento das Escrituras em Cristo e fortaleça sua fé no Rei que veio e virá. ✝️🙏
Quando e onde foi escrito o livro de Mateus?
Quando e onde foi escrito o livro de Mateus? A maioria dos estudiosos situa a composição do Evangelho de Mateus por volta de 70–85 d.C. (alguns sugerem uma data um pouco anterior a 70). O contexto histórico e literário do livro aponta para uma comunidade cristã em diálogo intenso com o judaísmo do pós-Templo e em processo de afirmação de sua identidade cristã em meio a tensões com a sinagoga.
Quando foi escrito?
- Após 70 d.C.? Há indícios de um contexto posterior à destruição do Templo de Jerusalém (70 d.C.), como a leitura de Mateus 22:7 e o discurso escatológico (Mateus 24), que soam como memórias recentes de ruína e perseguição. Além disso, Mateus apresenta uma comunidade já estruturada, com linguagem de igreja (ekklesia em 16:18; 18:17) e diretrizes de disciplina e missão.
- Argumento por data anterior: Alguns defendem que Mateus foi escrito antes de 70, pois Jesus fala do Templo no futuro (Mateus 24) como profecia. Também citam a menção do imposto do Templo (Mateus 17:24–27). Contudo, essas referências podem ser entendidas como profecia autêntica preservada ou como memória teológica de eventos já ocorridos.
Onde foi escrito?
- Síria/Antioquia é o local mais sugerido. Antioquia foi um centro onde conviviam judeus-cristãos e gentios (Atos 11; 13), cenário que combina com Mateus: forte apelo às Escrituras, linguagem judaica (por exemplo, “Reino dos céus”), mas com horizonte universal (Mateus 28:19–20).
- A Síria é também berço de textos cristãos primitivos com perfil semelhante (como a Didaquê), e Mateus mostra afinidades com debates característicos daquela região: Lei, pureza, liderança, missão e conflitos com a sinagoga (Mateus 10:17; 23).
Quem era o público?
- Comunidades com forte referência ao Antigo Testamento, evidenciada pelo refrão “para que se cumprisse” (Mateus 1:22; 2:15, 17, 23; 4:14 etc.) e pela apresentação de Jesus como o cumprimento da Lei e dos Profetas (Mateus 5:17–18).
- Grupos judeus-cristãos em tensão com a sinagoga, buscando afirmar sua identidade cristã sem romper com a revelação do AT: fidelidade à Torá em Cristo e missão aos gentios (Mateus 28:19).
Por que isso importa para a leitura devocional?
- Mateus nasce para guiar discípulos em tempos de tensão: permanecer enraizados nas Escrituras e, ao mesmo tempo, viver a novidade do Reino trazida por Jesus. ✝️
- Ao entender o quando e onde, lemos Mateus como manual de discipulado: comunidade que guarda os ensinamentos (Mateus 28:20), busca reconciliação (Mateus 18), e testemunha com esperança em meio a crises (Mateus 24).
- Aplicação: peça ao Senhor discernimento para viver a fé com firmeza bíblica e coração missionário, como a igreja de Mateus. 🙏
Por que Mateus era chamado de Levi?
Por que Mateus era chamado de Levi? No judaísmo do século I era comum uma mesma pessoa ter dois nomes: um semito (hebraico/aramaico) para o ambiente judaico e outro greco-latino para a convivência no Império Romano. Exemplos bíblicos incluem Saulo/Paulo (At 13:9), Simão/Pedro (Jo 1:42), Tomé/Dídimo (Jo 11:16) e João Marcos (At 12:12). Nesse contexto, o cobrador de impostos chamado por Jesus aparece como Levi em Marcos e Lucas, e como Mateus no próprio Evangelho de Mateus — sem contradição, mas como reflexo desse uso cultural.
Marcos e Lucas usam “Levi”: Marcos 2:14 menciona “Levi, filho de Alfeu” assentado na coletoria; Lucas 5:27-29 também relata o chamado de “Levi”, que oferece um grande banquete para Jesus. Já Mateus (9:9-13) narra o mesmo episódio usando “Mateus” e, com humildade, se descreve como “o publicano” (cf. Mt 10:3). As três narrativas trazem o mesmo enredo, cenário e resultado: Jesus chama um cobrador de impostos, ele se levanta, abandona o posto e O segue.
- Mesmo contexto: coletoria de impostos (Mt 9:9; Mc 2:14; Lc 5:27).
- Mesma resposta: “Segue-me” — ele se levanta e segue.
- Mesmo desdobramento: banquete com publicanos e pecadores; ensino de Jesus sobre misericórdia (Mt 9:10-13; Mc 2:15-17; Lc 5:29-32).
O que significam os nomes? Levi é um nome hebraico ligado à tribo sacerdotal de Levi (etimologicamente, “unido/ligado”, cf. Gn 29:34). Mateus (do hebraico/aramaico Mattityahu) significa “dom de Deus”. Muitos estudiosos entendem que “Levi” era seu nome judeu e “Mateus” sua forma mais usada na missão cristã. O texto não diz que Jesus renomeou Levi, mas é plausível que, após o chamado, ele tenha passado a ser conhecido principalmente como Mateus apóstolo — e o próprio evangelista, ao escrever o livro de Mateus, escolhe destacar o nome que expressa sua nova identidade em Cristo.
Harmonia, não contradição: não há dois personagens, mas um só discípulo com dois nomes. O detalhe de Marcos “filho de Alfeu” (Mc 2:14) não obriga a identificá-lo com Tiago, filho de Alfeu — “Alfeu” era um nome comum, e a Bíblia não afirma que sejam irmãos.
Aplicação devocional: Jesus chamou “Levi, o publicano”, alguém associado à cobrança injusta e à impureza social, e o transformou em “Mateus, dom de Deus” — testemunha do Rei e autor do Evangelho. Em Cristo, nossa história é ressignificada: Ele nos chama pelo nome que revela o propósito, não pelo rótulo do passado. Hoje, Ele continua dizendo: “Segue-me”. Que possamos, como Mateus, levantar da nossa “coletoria” — aquilo que nos prende — e segui-Lo com alegria (Lc 5:28-29). ✝️🙏
Em resumo, quem foi Mateus na Bíblia? O mesmo homem chamado Levi por Marcos e Lucas, e Mateus por si mesmo: um publicano alcançado pela graça, tornado apóstolo e evangelista, cuja vida testifica que Jesus transforma identidades e envia discípulos para o Reino.
Como surgiu e foi composto o Evangelho de Mateus
Como surgiu o Evangelho de Mateus e qual é a sua composição? O livro de Mateus foi formado a partir de tradições sobre Jesus preservadas pela igreja primitiva e organizadas de modo a apresentar o Messias prometido de Israel e o Senhor de todas as nações. Essa construção une fidelidade às Escrituras do Antigo Testamento, memória apostólica e intenção pastoral.
Fontes usadas e processo de composição
Entre os estudiosos, é comum a chamada hipótese das duas fontes: Mateus teria usado o Evangelho de Marcos como base narrativa e acrescentado material de uma fonte de ditos (chamada Q), além de tradições próprias (frequentemente chamadas de “M”).
- Marcos: fornece o esqueleto da história – ministério na Galileia, subida a Jerusalém, paixão e ressurreição.
- Q (fonte de ditos): coleções de ensinos também presentes em Lucas (como trechos do Sermão do Monte e ditos sobre discipulado).
- Material próprio de Mateus: relatos exclusivos (por exemplo, os magos, 2:1–12; e detalhes da comunidade, 18).
Isso não diminui a inspiração bíblica; antes, revela como Deus usou meios humanos para produzir um texto ordenado e confiável. Para nossa fé, significa que a mensagem sobre Jesus é sólida, enraizada em testemunho e cuidadosamente composta para formar discípulos.
Arranjo em cinco discursos
Mateus organiza o evangelho em cinco grandes blocos de ensino, cada um precedido por narrativa e concluído com uma fórmula (“Quando Jesus acabou de dizer essas coisas”):
- Discurso 1 – Ética do Reino (5–7): o Sermão do Monte define a justiça do Reino.
- Discurso 2 – Missão (10): instruções aos discípulos enviados.
- Discurso 3 – Parábolas (13): mistério e crescimento do Reino.
- Discurso 4 – Comunidade (18): reconciliação, perdão e cuidado mútuo.
- Discurso 5 – Escatologia (23–25): juízo, vigilância e esperança.
Essa estrutura em “cinco” ecoa, para leitores judeus, o Pentateuco, apresentando Jesus como o novo e maior Mestre da Lei.
Ênfase no cumprimento profético
Uma marca de Mateus é o refrão: “para que se cumprisse”. Ele mostra que Jesus realiza as promessas antigas (Mt 1:22–23; 2:15,17,23; 4:14; 8:17; 12:17; 13:35; 21:4; 26:56). Exemplos:
- Is 7:14 em Mt 1:22–23: “Emanuel” – Deus conosco.
- Os 11:1 em Mt 2:15: o Filho chamado do Egito.
- Is 53:4 em Mt 8:17: cura e carregar nossas dores.
Devocionalmente, isso nos convida a confiar na fidelidade de Deus: Ele cumpre o que promete, em Cristo e em nossa caminhada. 🙏
Abertura: genealogia e nascimento do Messias
O evangelho começa com a genealogia (1:1–17) conectando Jesus a Abraão e Davi, em três séries de catorze gerações. Mateus inclui mulheres (Tamar, Raabe, Rute, “a mulher de Urias”), sublinhando a graça que transforma histórias. Em seguida, narra o nascimento virginal e a adoração dos magos (1:18–2:12), sinal de que o Rei prometido é luz para as nações.
Clímax: paixão, morte e ressurreição
O ápice da composição do livro de Mateus está nos caps. 26–28: traição, cruz, sepultamento e a ressurreição. O véu do templo rasgado (27:51) indica acesso a Deus; e a Grande Comissão (28:18–20) envia a igreja a fazer discípulos de todas as nações. ✝️
Em resumo, como surgiu o Evangelho de Mateus? Por meio da reunião e organização de testemunhos sobre Jesus, iluminados pelas promessas do Antigo Testamento, para formar uma comunidade que ouve o Rei, vive sua justiça e participa de sua missão. Ao ler Mateus, peça: “Senhor, cumpre tua Palavra em mim”, e deixe que cada discurso modele sua vida de discipulado hoje.
Propósito e temas do livro de Mateus
Propósito do livro de Mateus: apresentar Jesus como o Messias prometido, o Filho de Davi, que cumpre as Escrituras e inaugura o Reino dos Céus, formando discípulos que vivem com justiça, misericórdia e fidelidade, e que participam da missão às nações (Mt 28:18–20). O Evangelho de Mateus une teologia e vida diária, mostrando a autoridade de Jesus e convidando a uma obediência confiante e transformadora.
- Jesus, Messias e Filho de Davi (Mt 1:1; 9:27; 21:9)
- Reino dos Céus e ética do discipulado (Mt 5–7; 13)
- Missão da Igreja às nações (Mt 28:18–20)
- Autoridade de Jesus sobre Lei, natureza, demônios e pecados (Mt 5–7; 8–9; 14)
- Misericórdia, justiça e fidelidade como vida prática (Mt 9:13; 12:7; 23:23)
Jesus como Messias e Filho de Davi
Mateus abre com uma genealogia que liga Jesus a Abraão e Davi (Mt 1:1–17), afirmando que Ele é o rei prometido. Ao longo do Evangelho, a fórmula “para que se cumprisse” mostra o cumprimento das profecias (Mt 1:22–23; 2:5–6; 4:14–16). O título Filho de Davi em clamores por cura (Mt 9:27; 20:30) e na entrada triunfal (Mt 21:9) revela Jesus como o Messias real que traz salvação integral. Aplicação: confie que Jesus governa sua história e cumpre as promessas de Deus no tempo certo ✝️.
Reino dos Céus e a ética do discipulado
Em Mateus, o Reino dos Céus é o governo de Deus irrompendo agora e consumado no futuro. O Sermão do Monte (Mt 5–7) delineia a vida do discípulo: as bem-aventuranças moldam caráter, a justiça maior aprofunda a Lei ao nível do coração (Mt 5:20–48), e a piedade é vivida com sinceridade (esmolas, oração, jejum – Mt 6:1–18). O discípulo é sal e luz (Mt 5:13–16), pratica a Regra de Ouro (Mt 7:12) e constrói na rocha da obediência (Mt 7:24–27). Aplicação: comece o dia com Mt 5:3–12, peça um coração humilde e pratique uma ação concreta de paz e pureza.
Missão às nações
O Evangelho culmina na Grande Comissão (Mt 28:18–20): “Toda autoridade me foi dada... Ide, fazei discípulos de todas as nações”. Do “Emanuel” (Deus conosco, Mt 1:23) ao “Eu estou convosco” (Mt 28:20), Mateus apresenta uma missão sustentada pela presença de Cristo. Aplicação: ore por um povo não alcançado 🙏, compartilhe sua fé com alguém esta semana e ajude um novo convertido a obedecer a Jesus.
Autoridade de Jesus
Jesus ensina com autoridade sobre a Lei (“Eu, porém, vos digo”, Mt 5), acalma tempestades e anda sobre as águas (Mt 8:23–27; 14:22–33), expulsa demônios (Mt 8:28–34), cura doenças e perdoa pecados (Mt 9:1–8). Sua autoridade chama ao seguimento imediato (Mt 9:9). Aplicação: entregue áreas específicas à autoridade de Cristo hoje — decisões, ansiedade, hábitos — e obedeça ao próximo passo que o Espírito lhe mostrar.
Misericórdia, justiça e fidelidade
Mateus ecoa Oséias: “Misericórdia quero” (Mt 9:13; 12:7). Jesus denuncia a religiosidade que negligencia o essencial: “justiça, misericórdia e fidelidade” (Mt 23:23). Isso se traduz em perdão generoso (Mt 18:21–35), reconciliação (Mt 5:23–24), honestidade e serviço (Mt 20:26–28). Aplicação prática:
- Pratique um ato de misericórdia oculto hoje.
- Repare uma injustiça que você possa corrigir.
- Renove sua fidelidade na oração, Palavra e comunidade.
Em síntese, os temas do Evangelho de Mateus chamam a crer em Jesus, viver a ética do Reino e participar da missão com esperança e obediência. “Vinde após mim” (Mt 4:19) continua sendo o convite que transforma tudo. 🙌
Estudo do livro de Mateus: roteiro simples para começar
Para um estudo do livro de Mateus sólido e transformador, combine leitura atenta, contexto bíblico e oração. Abaixo está um roteiro simples, mas profundo, para iniciar (ou renovar) seu estudo do Evangelho de Mateus com foco no Reino de Deus e na pessoa de Jesus.
1) Leia por blocos narrativos
- Infância e preparação (Mt 1–4): genealogia, nascimento, fuga ao Egito, João Batista e tentação. Pergunte: “Como Mateus apresenta Jesus como Filho de Davi e Emanuel?”
- Ministério (Mt 5–23): ensino, milagres, parábolas, confronto com líderes. Observe o tema do Reino dos Céus e o discipulado.
- Paixão (Mt 26–27): ceia, Gethsêmani, julgamento, crucificação. Contemple o sacrifício de Cristo ✝️.
- Ressurreição (Mt 28): vitória sobre a morte e a Grande Comissão.
2) Mapeie os cinco discursos de Jesus
- Sermão do Monte (Mt 5–7): ética do Reino, justiça superior, oração (Pai Nosso).
- Discurso missionário (Mt 10): envio, dependência e custo do discipulado.
- Parábolas do Reino (Mt 13): natureza e crescimento do Reino.
- Discurso da comunidade (Mt 18): humildade, disciplina e perdão.
- Discurso escatológico (Mt 24–25): vigilância e fidelidade até a volta de Cristo.
3) Observe as citações do AT e seus contextos
Mateus usa muito a fórmula “para que se cumprisse”, ligando Jesus às promessas. Ao ler, confira o texto do AT e seu contexto original:
- Mt 1:23 ↔ Is 7:14 (Emanuel)
- Mt 2:6 ↔ Mq 5:2 (Belém e o Governante)
- Mt 2:15 ↔ Os 11:1 (filho tirado do Egito)
- Mt 2:18 ↔ Jr 31:15 (lamento em Ramá)
- Mt 3:3 ↔ Is 40:3 (voz no deserto)
- Mt 21:5 ↔ Zc 9:9 (Rei manso sobre jumentinho)
Pergunte: “Como o cumprimento amplia minha confiança em Cristo e nas Escrituras?” 🙏
4) Compare com Marcos e Lucas
Use uma sinopse ou leia os paralelos para ampliar perspectivas:
- Tentação: Mt 4:1–11 | Mc 1:12–13 | Lc 4:1–13
- Paralítico: Mt 9:1–8 | Mc 2:1–12 | Lc 5:17–26
- Tempestade acalmada: Mt 8:23–27 | Mc 4:35–41 | Lc 8:22–25
- Alimentação dos 5.000: Mt 14:13–21 | Mc 6:30–44 | Lc 9:10–17
Note como Mateus destaca o cumprimento profético e a autoridade régia de Jesus.
5) Plano de leitura em 4 semanas (com anotações e oração)
- Semana 1 (Mt 1–7): 1–2 (Infância), 3–4 (preparação), 5–7 (Sermão do Monte). Anote promessas e desafios práticos. Ore o Pai Nosso diariamente.
- Semana 2 (Mt 8–14): milagres, chamado e missão (cap. 10), crescimento do Reino (cap. 13). Registre “sinais” do Reino e áreas de fé a fortalecer.
- Semana 3 (Mt 15–20): pureza do coração, cruz e serviço, comunidade (cap. 18). Pratique perdão e reconciliação.
- Semana 4 (Mt 21–28): entrada triunfal, conflitos, escatologia (24–25), paixão e ressurreição (26–28). Responda à Grande Comissão com passos concretos.
Dica de anotações (método simples): Texto (verso-chave), Observação (o que significa), Aplicação (como viver hoje), Oração (resposta a Deus) — S-O-A-P. Separe 5–10 minutos diários para silêncio e intercessão 🙏.
Ao seguir este roteiro, você verá o Rei Jesus conduzindo sua história e chamando você a viver como discípulo no Reino dos Céus.
Conclusão
Encerrando este percurso, podemos afirmar que o livro de Mateus nos apresenta um retrato fiel e teologicamente profundo de Jesus, a partir do olhar de um discípulo transformado pela graça. Quem foi Mateus na Bíblia? Um cobrador de impostos, também chamado Levi, chamado por Jesus no cotidiano (Mt 9:9) e integrado ao círculo apostólico (Mt 10:3), cuja vida passou da mesa de tributos à mesa do Reino. Esse pano de fundo explica a sensibilidade do texto à misericórdia, à justiça e ao discipulado.
- Quem escreveu o Evangelho de Mateus? A tradição antiga (Papias, Irineu, Orígenes, preservados por Eusébio) atribui a autoria a Mateus apóstolo. A pesquisa moderna discute detalhes de composição: escrita em grego desde o início, possível uso de Marcos e de outras fontes, e uma comunidade judaico-cristã por trás do texto. O consenso é que, com autoria apostólica direta ou mediação eclesial, a obra conserva testemunho apostólico confiável.
- Quando e onde foi escrito? Muitos estudiosos situam entre 60–90 d.C., com hipóteses em torno da Síria/Antioquia, em contexto de diálogo e tensão com o judaísmo pós-Templo (cf. Mt 22:7; 24). A data exata permanece debatida, mas o cenário ilumina as ênfases do evangelho.
- Propósito e temas: mostrar Jesus como Messias filho de Davi e Emanuel (Mt 1:1,23), o novo Moisés que dá a Torá definitiva no Sermão do Monte (Mt 5–7). O livro destaca o cumprimento das Escrituras (“para que se cumprisse”: Mt 1:22; 2:15), o Reino dos Céus, o discipulado, a vida comunitária (Mt 16:18; 18:15–20) e a missão às nações (Mt 28:18–20).
- Estrutura e composição: narrativa entremeada por cinco discursos (Mt 5–7; 10; 13; 18; 24–25), sinalizando uma pedagogia deliberada. A combinação de tradição oral, memórias apostólicas e fontes escritas serve à formação de discípulos.
- Levi/Mateus: o duplo nome lembra sua história pessoal e a universalidade do chamado de Jesus, que alcança tanto os “de fora” quanto os “de dentro” (Mt 9:10–13).
Qual a implicação para uma leitura fiel e confiante? Primeiro, aproximar-se do texto com reverência às Escrituras e atenção ao seu enraizamento no Antigo Testamento. Segundo, ler Mateus como manual de discipulado prático: amar os inimigos, buscar a justiça do Reino, praticar misericórdia e reconciliação (Mt 5–7; 18). Terceiro, reconhecer que, apesar da discussão acadêmica sobre fontes e datas, o evangelho oferece um testemunho sólido do Cristo ressuscitado que tem “toda a autoridade” (Mt 28:18) e permanece conosco como Emanuel (Mt 1:23; 28:20). ✝️🙏
Em síntese, responder a “quem escreveu o Evangelho de Mateus” envolve acolher a voz da tradição da Igreja e considerar a crítica histórica com equilíbrio. Assim, lemos o livro de Mateus com mente aberta e coração ardente, permitindo que sua mensagem — Jesus, o Messias que cumpre as promessas — molde nossa fé, nosso caráter e nossa missão no mundo.
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